As 4 perguntas essenciais

Que você deve se fazer a cada desafio imposto pela surdez

Ontem fui assistir a palestra da filósofa Lúcia Helena Galvão no Rio de Janeiro. Com o tema “A lógica e a inteligência da vida”, a professora plantou boas sementinhas na mente das centenas de pessoas que lotaram o auditório. Voltei para casa pensando na fala dela que mais me tocou:

“devemos aprender a refletir corretamente sobre o sofrimento, senão, só nos vitimizamos”

Tudo o que faço no Clube Surdos Que Ouvem tem a energia da NÃO vitimização. Para alguém que viveu todos os graus de surdez, tem zumbido 24hs no ouvido desde os 6 anos, fez um implante coclear, passou anos trancada no armário da surdez e depois fez mais uma cirurgia de ouvido biônico, a vitimização não tem utilidade e nem sentido. Minha trajetória é a prova de que, apesar dos pesares - que foram muitos e muito além da perda de audição - só nos resta seguir em frente de cabeça erguida em busca do progresso. Seja ele auditivo, pessoal, emocional, profissional ou de saúde. Progresso. Evolução. Ou, como gosto de simplificar com uma das minhas palavras favoritas: ADULTECER.

Quem dera a surdez se limitasse à ausência de som! Ela nos desafia diariamente com a presença de pensamentos cruéis e limitadores. "Eu não consigo", "ninguém me entende", "isso nunca vai melhorar", “ninguém se importa”, “quem vai querer ficar comigo?”, “ninguém tem paciência”, “será que vou conseguir um emprego?”. Esses pensamentos horrorosos se instalam e nos levam a acreditar que o problema está nas circunstâncias ou nas pessoas ao nosso redor.

Mas será que essas crenças são, de fato, verdadeiras?