Em um dos últimos diários da surdez, escrevi sobre o insight que tive caminhando na praia: “eu só sei sobreviver”. Após semanas sofrendo os efeitos físicos de uma ansiedade descontrolada, o universo conspirou a meu favor e decidiu me ajudar. Luciano me convidou para que levássemos os meninos para passar dois dias na serra do Rio de Janeiro. Minha primeira reação foi dizer “nem ferrando”, e meu cérebro imediatamente começou a fantasiar como seria bom ficar em casa sofrendo e ruminando sozinha. Mas eu casei com o cara mais calmo e centrado do mundo, o que significa que ele teve a paciência e a resiliência necessárias para me fazer mudar de ideia.
Antes de pegar a estrada, eu estava rolando tela no Instagram quando me deparei com um post de uma pessoa que acabava de voltar de um retiro com o Dr. Joe Dispenza. A moça postou uma foto segurando seu último livro, e assim que bati o olho lembrei que eu já tinha comprado o bendito. Fui até a estante procurar e ele estava lá: Quebrando o Hábito de Ser Você Mesmo. Comprado em janeiro na Amazon e prontamente esquecido.
Chegamos em Itaipava no domingo depois do almoço. No dia seguinte, fomos todos para a piscina da pousada pela manhã. Como não gosto de água gelada, peguei o livro e comecei a folheá-lo deitada numa espreguiçadeira. Cerca de meia hora depois, eu estava completamente mergulhada na leitura. Sabe quando a gente entra para dentro de um livro de um jeito que parece que quem o escreveu se apossou da nossa vida? Foi bem assim. O tal Dr. Joe Dispenza explicava de uma maneira super didática tudo o que vinha acontecendo comigo e porque eu não conseguia sair do lugar.
O que aprendi devorando as páginas vou levar comigo pelo resto da vida. A ligação entre o cérebro (mente consciente e inconsciente) com o corpo é neuroquímica. Criamos uma emoção com um pensamento. Sem mudar o modo de pensar, agir e sentir, é impossível que qualquer ser humano promova a mudança que quer ver na própria vida. Em vez de perder tempo obcecado com os eventos traumáticos e estressantes do meu passado, preciso ficar obcecada com as experiências novas e desejadas que ainda não acolhi emocionalmente. BINGO!