Diário da Surdez: Carta do fim
Você se transformou num redemoinho que afoga pessoas, mas eu não quero me afogar. Eu gosto de viver.
Hoje cedo vi uma foto sua na estrada, a caminho da clínica de reabilitação da qual você tanto fugiu. Não vi seu rosto, apenas sua blusa azul, seu pescoço e suas costas; você estava olhando para a frente enquanto nossa tia - a única pessoa que restou - tirou a foto escondida no banco de trás do carro. Respirei fundo e te desejei um recomeço, embora eu não tenha mais esperança alguma de te ver bem um dia.