Odeio falar no telefone
Da infância à vida adulta, a superação de um trauma antigo de surdo
Bastava um telefone começar a tocar que eu começava a tremer. Aquele singelo barulhinho “triiiiim, triiiiimmm” me apavorou ao longo de décadas, em cada um dos graus de surdez. Graças ao avanço da tecnologia, o som de um telefone tocando virou coisa de filme e nem tenho mais linha telefônica residencial. O WhatsApp me permite escolher com quem vou falar e o transcritor de áudio poupa um tempo considerável de blablablá opcional. Mas é sempre interessante revisitar e ressignificar meu trauma mais antigo relacionado com a surdez.