Para onde a tua surdez aponta? Já parou para pensar nisso?
A surdez está intimamente conectada com as questões específicas da nossa vida que nos esforçamos para ignorar. É mais fácil de entender isso do que parece.
Na época em que recebi meu dignóstico, eu vivia em negação. Minha vida familiar era um caos: morando de favor na casa da avó, criada por uma mãe com psicopatia, ajudando a criar um irmão mais novo com sérias questões relacionadas ao abandono paterno, um peixe fora d’água que precisava guardar segredos e fingir que estava tudo bem em meio a brigas homéricas e estouros diários de todos os tipos. Quando o diagnóstico de surdez chegou, foi só a cereja de um bolo que eu não queria comer, e automaticamente foi varrida para debaixo do tapete como todas as outras questões para as quais eu não tinha solução aos 16 anos.