Verdades difíceis sobre a vida amorosa
Reflexões sobre relacionamentos íntimos e deficiência auditiva
É bem fácil colocar a culpa na surdez quando a nossa vida amorosa é caótica - atire a primeira pedra quem nunca fez isso. Em vez de enfrentar os nossos defeitos e entender se somos infantis e não sabemos nos comunicar de maneira assertiva, preferimos nos isentar de qualquer culpa e soltar aquelas pérolas clássicas: “os ouvintes não têm paciência”, “ninguém quer ficar comigo porque sou surdo”. Tô mentindo?
Vamos aos FATOS sobre o impacto que a SURDEZ tem nas pessoas que se relacionam amorosamente conosco! Em primeiro lugar, devo lembrá-los sobre a desinformação geral da nação a respeito da perda auditiva. O povo aprendeu tudo errado graças à mídia tendenciosa e preguiçosa (que sinaliza virtude apelando para a palavra da moda ‘empatia’) e acredita que surdo é só quem não ouve nada e todo surdo usa Libras. Em segundo lugar, sejamos honestos: a palavra ‘deficiência’ arrepia os cabelos de qualquer pessoa que não conviva com limitações sensoriais, físicas ou cognitivas.
É no terceiro ponto que mora o X da questão, a meu ver. Não importa quanto amor exista na sua relação, a grande verdade é que a perda auditiva interfere no fluxo fácil e instantâneo da comunicação entre duas pessoas. É inevitável ficar irritado, frustrado e cansado quando a comunicação não flui, e esse impacto é inegável para os ouvintes que se relacionam com surdos. Você sabe por que o bicho pega aqui? Vou te explicar de um jeito bem didático.